Eu quero não parar
Logo
cedo acordo com sonhos
movo
os lençóis e me encho de projetos
Os
olhos pisam em lembranças
A
vida é movida com pressão
E
eu quero não parar
Ao ligar o telefone, logo emerge o leviatã
Entre dores, orgulhos, ressentimentos
Entre
ódio, inveja, desalentos...
E
onde está a ternura, meu Deus?!
Eu busco escutar
Quando mimadas, alimentadas e fortes
as
sombras se voltam contra nós
E ao procurarem-me
E
eu busco entender
Se não cuido
Quando
vejo já é noite
Não
tem canto para os sonhos
Dou
passos atrás
E eu quero não parar.
Ninguém sabe ainda
Mas
descobri um segredo
Para
o rio fluir
Entre
tudo, entre todos
Não
deixar de sorrir
com
uma rima sem vergonha
Poetizar-se
Dar um abraço, dois, três
Correr
descalço na areia e concreto
Seguir
rastros no céu
E
desnuda num único olhar
A
indecifrável vida
E agora por não parar, desperto
Movo-me entre os fluxos e digo:
Agora
sim, eu me sintonizo com tudo
Minha
função... No algorítimo
Agora
sim...
Agora
aqui...
Quedo-me
em gratidão a ti
Fecho
os olhos e durmo
(Fernando Joaquim)
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