Contos de um amor inacabado



Sonhos que permeiam meus pensamentos
Tornam-se vagos até para mim
Seguro a gula de todo o desejo
Faminto por respostas sem nenhum sentido
Vivo em sonhos profundos e sem escolha
Tentando, por um lindo acaso, encontrar-te neles

Vagando em solidão num labirinto sem saída
Talvez por não conseguir agitar os vagalumes
Dentro deste copo ainda molhado por lamentos
Aspereza deste vento insólito de magoas e esperança
Vomita sobre o chão cinza quase perdendo a cor
Dançam cisnes lá na frente e isto é um sinal

Garanto pra mim mesmo que ainda te encontro
Mesmo que as montanhas sejam imponentes
Mesmo que o gelo queime todos os dedos
Garanto vislumbrar teu rosto que me faz sentido
Todas as sensações adormecidas dentro de mim
Quiçá um dia contigo, fora deste sonho, compreenderei

Percebo uma luz num campo distante
Esta mesma luz reflete todo o céu
Como se o sol deitasse e rasgasse
Todo o véu de estrelas do horizonte sem fim
Ainda embriagado por tamanho medo e euforia
Corro pra mais perto e poder vislumbrar

Os passos são rápidos e ansiosos
E os olhos quase te podem avistar
Confio no meu coração e seu que é você
Que a tanto me persegues e nem posso te ver
É agora ou nunca, hoje quero seu beijo
Já toco sua nuca, pretendo que te vires

Mas antes que teu rosto possa vislumbrar
E do teu beijo, cheio de vida e força, tocar
Acordo mais uma vez deste sonho cruel
Que me ultraja e torna um utópico sem céu
Penso até mesmo em retorna novamente
Mas já sei, pois não é igual,
 
Apenas algo inacabado e deprimente!

(Fernando Joaquim)

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